Bloco IV – O Corpo e Educação Postural
Através das contribuições do texto de Georges Vigarello, Panóplias Corretoras: balizas para uma história, e de reportagens e textos relacionados com o tema da educação postural pretende-se oferecer uma exposição de material que ajude na reflexão acerca do assunto, que aparece frequentemente na área da Educação Física. A divisão utilizada no texto de Vigarello, que apresenta dois momentos distintos da educação postural, será aproveitada como estrutura para a apresentação dos textos aqui reunidos.
Uma manipulação de morfologia:
O texto de Vigarello inicia falando sobre os aparelhos usados para moldar os corpos de acordo com as noções da época do que seria uma postura correta. Dentro dos exemplos utilizados, existe um bastante conhecido ainda hoje, que é o espartilho:
Assim como na época em que os aparelhos interferiam na morfologia corporal, o uso do espartilho no caso observado tem a intenção de moldar o corpo de acordo com um padrão existente na sociedade. Neste caso, o desejo que as mulheres têm de possuir uma cintura fina. Logicamente, as proporções observadas fogem ao padrão de beleza indicado atualmente, mas o modelamento da cintura da mulher citada na reportagem veio deste desejo.
O recuo da mão e seu sentido:
Se em um primeiro momento o corpo era moldado por aparelhos que serviam como uma extensão da mão do tutor, a partir da segunda metade do séc. XVIII a educação do corpo passou a se dar de uma forma mais sutil, disfarçada. Como bem explicita a passagem do texto:
“A substituição de uma mão impondo quase diretamente seu poder, por uma outra se distanciando para melhor solicitar de modo indireto as forças que o próprio sujeito contém, implica, em duplo sentido, um trabalho sobre o domínio de si: aquele que a situação dita sem rodeio ao sujeito, e aquele que ele aprende exercer sobre si mesmo.” (Vigarello, 1979, p. 36)
Observa-se, portanto, um discurso diferente daquele que observou-se em um primeiro momento, que se propõe a criar no indivíduo uma forma de ele próprio disciplinar seus movimentos e comportamento, sem que haja a necessidade de uma interferência direta de aparelhos agindo diretamente sobre o corpo.
Outros exemplos de textos que abordam o assunto podem ser encontrados em diversas fontes, como as que seguem:
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