quinta-feira, 7 de julho de 2011

Portfolio – Corporeidade III (Apresentação)

Portfolio – Corporeidade III

         A criação deste blog se deu para a apresentação do Portfolio da disciplina de Corporeidade III, do Curso de Educação Física, da Universidade Federal do Rio Grande,  como avaliação parcial do 3º semestre de 2011. Em cada postagem abaixo, encontra-se o material reunido para cada bloco, junto com uma análise geral do tema e do texto de apoio oferecido na disciplina. O material encontrado consiste em reportagens, vídeos, artigos científicos da Educação Física e outras áreas do conhecimento, textos de páginas relacionadas, entre outros. A opção por não criar uma estrutura padrão para todos os blocos foi uma escolha que se deve às particularidade de cada assunto, dados e reflexões. Em comum, em termos de estrutura, os blocos possuem a exposição de textos seguidos de uma descrição e problematização do tema abordado, de modo a tentar contribuir com um olhar crítico para a discussão que existe relacionando o conceito de saúde com a Educação Física.

Pedro Bersch da Cruz,
Aluno do 3º semestre do Curso de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande (FURG)

Bloco XI – Educação Física, Esporte e Saúde


Bloco XI – Educação Física, Esporte e Saúde

         Neste bloco, encontra-se material referente ao tema que relaciona a prática de esportes com a promoção de saúde. Apesar de já ter aparecido na reflexão em outros blocos de forma indireta, relacionado às outras temáticas, é importante retomar o assunto de modo a aprofundar a análise e trazer novas contribuições para se pensar sobre os aspectos que influenciam no paradigma atual. Para ajudar na problematização, os dados reunidos aqui aparecem de forma também a se relacionar com o texto de Rogério Rodrigues, O Esporte é uma prática de Bem-estar ilusório no sujeito.
Abaixo, encontra-se um pequeno resumo do texto, que foi anexado para contextualizar alguns temas referentes à discussão existente na área.



O Esporte é uma prática de Bem-estar ilusório no sujeito? – Rogério Rodrigues

            O texto tem como objetivo colocar em cheque o discurso muito utilizado no senso comum que relaciona a atividade física diretamente com a saúde. Para tanto, o autor utiliza o texto de Sigmund Freud, “O Mal-estar na Civilização”, para analisar as relações dos sujeitos com o esporte, considerando que este aparece como um método substitutivo ou uma sublimação para o homem encontrar seus “impulsos”.
            Para exemplificar o modo pelo qual esse movimento ocorre, o autor explica que a noção de que “esporte é saúde”, adotada por muitos esportistas, aparece como forma de buscar a felicidade, ou em outras palavras, a satisfação de suas pulsões através desta idéia. Entretanto, observa-se que na prática do esporte de alto-rendimento, a saúde não se mostra um sinônimo desta atividade, pois sabe-se que existem grandes problemas causados pela prática excessiva. Além disso, esta prática pode muitas vezes não ser de forma alguma prazerosa, fato que explica o fato de muitos profissionais da área, que estimulam o exercício físico com o objetivo de melhorar a saúde e o equilíbrio emocional, não praticarem nenhum tipo de esporte ou exercício físico.
            A partir desta e de outras constatações, esta noção do esporte como produtor de saúde e equilíbrio emocional é colocada em dúvida. Ainda a partir da análise de Freud, o autor coloca que se o esporte aparece como forma de buscar a satisfação de pulsões, existe o lado da derrota, que viria a ser um estímulo negativo, uma vez que no esporte, principalmente de alto rendimento, existe a valorização maior sempre do primeiro, do melhor, fato que exclui a possibilidade de satisfação da grande maioria.





            Já nos textos abaixo, pode-se encontrar exemplos de artigos que estimulam a prática esportiva em busca de saúde :














            Existem inúmeros exemplos de reportagens e artigos que apresentam essa idéia atualmente. Por outro lado, existem também inúmeras críticas em relação à introdução do esporte em busca de saúde, uma vez que sabe-se que existem danos à saúde em diversas práticas e nas formas com que são praticadas. Vários trabalhos atualmente dedicam-se a criticar o esporte da forma como vem sendo pensado, (principalmente na inserção dele nas aulas de Educação Física) e outros com a intenção de estudar o fenômeno esportivo em si. O texto abaixo oferece algumas reflexões e esclarecimentos acerca do assunto:






Beer Pong – Esporte é Saúde ?

Bloco X – Corpo, Atividade Física, Exercício Físico e Saúde


Bloco X – Corpo, Atividade Física, Exercício Físico e Saúde


            Neste bloco encontra-se material referente à discussão da relação que existe entre atividade física e saúde, que aparecem como sinônimos na maioria das vezes. Para realizar uma reflexão sobre o assunto, será utilizado o texto O Mito da atividade física e saúde, de Yara Carvalho, assim como outros textos e reportagens que ilustrem a relação que foi comentada, além de outros que abordem este assunto sob outro ponto de vista.
            Como comenta Yara Carvalho, a atividade física tem servido como forma de atingir um corpo ideologizado, que é sinal de sucesso e status social. Este modelo de corpo é diariamente difundido pela mídia através das “imagens que se processam pela televisão, por jornais, revistas e vídeos” (CARVALHO, 1995, p. 164). Existe um forte estímulo nestes veículos de comunicação para que se busque uma atividade física, como observa-se nos exemplos abaixo:



Todos os textos acima têm em comum informações com a finalidade de fornecer ferramentas para obtenção do corpo saudável. Certamente não é condenável que se busque práticas a fim de obter uma melhor saúde, entretanto o que se critica aqui, assim como no texto citado anteriormente, é que esse desejo de exercitar-se parte de uma imposição de estilo de vida, que por sinal tem sido amplamente explorado pela industria, que vê nesta influência a favor daquilo que se chama de “vida ativa”, uma grande oportunidade de estabelecer uma grande rede de mercadorias relacionadas a um público praticante de atividade física.
Além disso, são facilmente encontradas em textos de reportagens frases que colocam o exercício físico como uma atividade agradável e que traz inúmeros benefícios, sem que haja nenhuma fonte ou forma de comprovação destes. Ou então buscam-se especialistas para falar do bem que a atividade física faz. Entretanto, sabe-se que existem inúmeros fatores que determinam se uma prática vem a ser saudável para o indivíduo ou não. O exercício físico não deve ser colocado como remédio milagroso para todos os males. Um exemplo da discussão que existe neste sentido pode ser encontrada no artigo abaixo, que, como no texto aproveitado neste bloco, busca uma reflexão mais ampla sobre o tema, levando em conta os aspectos sociais, históricos e culturais.





Bloco IX – Educação Física e Obesidade


Bloco IX – Educação Física e Obesidade

         Para abordar o assunto do bloco, a obesidade, foram observados os conceitos presentes no texto A Obesidade como objeto complexo: uma abordagem filosófico-conceitual, para que se possa, a partir da análise da leitura apresentar o material encontrado, que serve como forma de ilustrar e exemplificar passagens do texto.
Atualmente é muito presente na área da Educação Física a discussão sobre a obesidade, assim como discursos que visam combatê-la, considerando-a como uma doença. No texto de Maria Cláudia Carvalho e André Martins é possível observar a constatação de que o tratamento dos obesos como pessoas doentes é uma das duas definições presentes atualmente. Tal abordagem pode ser encontrada nos texto abaixo, que discutem tratamentos e formas para diminuir seu efeito:






            A outra definição existente acerca da obsesidade, é de que ela vem a ser um “desvio do padrão vigente de normalidade”, sendo que o conceito de normalidade é construído culturalmente, não podendo ser analisado do ponto de vista biológico exclusivamente, como vem sendo. Neste sentido, a mídia exerce papel fundamental, por apresentar inúmeros modelos e exemplos de corpo magro e musculoso, que representa atualmente, o corpo saudável, normal. Pode-se observar a forma como isso acontece nos artigos da revista Saúde, abaixo, que contém dietas que estimulam o emagrecimento e o site de promoção de atividade física Copacabana Runners:








            Apesar de haver um consenso atualmente de que a obesidade caracteriza-se como falta de cuidado com o corpo e saúde, sabe-se que a questão passa longe de ser tão simples. Assim como é colocado no texto do bloco, deve-se estabelecer um olhar extremamente complexo acerca do assunto, que demanda uma análise de inúmeros fatores para considerar uma pessoa obesa, e não apenas de medidas antropométricas. É necessário que se reflita sobre as condições do ambiente que se encontram os indivíduos, para que os diversos fatores que resultam no estabelecimento e classificação do conceito atual de obesidade.
            Aproximando-se do que propõe o texto, pode ser encontrado no estudo do texto abaixo, uma análise da condição de vida de mulheres obesas em Minas Gerais, considerando aspectos históricos, sociais e culturais como constituintes da “situação” de obesidade.








Bloco VIII – Educação Física e Promoção da Saúde

            Neste bloco, encontra-se reunido material referente à discussão sobre o tema da promoção de saúde, utilizando para análise os textos do Dicionário Crítico da Educação Física que apresentam definições acerca das noções de Promoção de Saúde e Saúde. A partir da análise dos textos coletados, é importante que se realize uma reflexão com olhar crítico para o discurso de promoção da saúde, que encontra-se muito presente em trabalhos de diversas áreas de estudo, assim como na mídia, que difunde constantemente a necessidade da atividade física para obtenção da saúde.
            Abaixo, encontram-se alguns trabalhos que abordam a questão da promoção de saúde no Brasil:








            Pode-se observar que existe uma preocupação em se pensar a promoção de saúde dentro das políticas públicas de saúde, de modo a prevenir e tratar inúmeras doenças. Dentro destas políticas, observa-se um apelo muito forte à idéia presente na sociedade de que “esporte é saúde”. A partir desta idéia, existe um incentivo muito forte por parte do governo para a prática do esporte e atividade física dentro da política nacional de promoção da saúde, como pode-se observar no documento abaixo (pgs. 33 e 34):





Em alguns casos, sem dúvida, o esporte ou a atividade física são capazes de ajudar na melhora de alguns quadros patológicos. O que se questiona aqui é a noção que aparece atualmente, principalmente na mídia, de que a simples prática de exercício físico representa saúde. Para que se comece a entender esta questão, é necessário antes, que se saiba que o próprio conceito de saúde vem sendo amplamente discutido, necessitando de uma complexa reflexão para que se entenda em que situações o esporte representa mesmo saúde e em quais chega a representar perigo ao bom funcionamento do organismo.





Bloco VII – Educação Física e as Políticas Públicas de Saúde

Bloco VII – Educação Física e as Políticas Públicas de Saúde
           
            A partir da leitura do texto O Nascimento da medicina social, de Michel Foucault, e dos assuntos abordados durante a discussão do assunto na disciplina, foram reunidos neste bloco textos que trazem informações que possam ser observadas a fim de que se estabeleça uma reflexão sobre o que tem se visto atualmente sobre este tema.
            A fim de situar a discussão, pode-se observar o texto abaixo, que traz uma análise histórica dos principais acontecimentos no desenvolvimento das políticas públicas de saúde no Brasil.



            Nos trabalhos abaixo, podemos encontrar duas abordagens acerca da medicina social. Assim como Foucault, que traça uma análise de como a medicina social desenvolveu-se na Alemanha, França e Inglaterra, o primeiro texto explica como foi seu desenvolvimento no Brasil ao longo da história. Já no segundo é apresentada uma análise de sua relação com o campo da epidemiologia. A partir deste podemos observar a forma como a medicina social é vista atualmente e, particularmente neste texto, sua relação com a noção de risco.



           

            A partir da análise destes documentos, pode-se observar mais informações acerca do tema, a fim de se realizar uma maior reflexão sobre este. Em O nascimento da medicina social, observa-se o esforço de constituir uma política pública de saúde com três motivações diferentes, porém todas com o objetivo de estabelecer um maior controle sobre a população. Entretanto, sabe-se que a tentativa de maior sucesso foi a inglesa, que passou a preocupar-se com a saúde do pobre, mas principalmente do operário, com a preocupação de que este fosse mais produtivo. Tal preocupação pode ser observada ainda hoje, fato este que pode ser exemplificado nos textos: http://www.efdeportes.com/efd106/ginastica-laboral.htm


            O primeiro artigo, que fala da implantação da ginástica laboral e seus benefícios para os trabalhadores, explicita logo na introdução as intenções do emprego desta prática nas empresas:
“Quem implantou esse serviço? As empresas. Para quê? Para o acúmulo maior de capital, por motivos econômicos. As empresas perceberam que o homem econômico doente não seria o homem ideal. Ele não representaria a produtividade ideal. Assim se viu a necessidade de promover sua saúde.”

            Atualmente podemos perceber a influência deste modelo inglês, que surgiu na época da Revolução Industrial preocupado com a produtividade dos operários, ainda hoje com a mesma preocupação. Não se pensa se pensa se as formas de trabalho são saudáveis ou não, estas são vistas como estabelecidas e práticas como a ginástica laboral devem suprir as necessidades de manter a saúde do indivíduo, mesmo que existam dados que comprovam que esse tipo de prática pouco ou nada ajuda na manutenção da saúde.







Bloco VI – Qualidade de vida, vida ativa, estilo de vida, noção de risco


Bloco VI – Qualidade de vida, vida ativa, estilo de vida, noção de risco

            O material aqui encontrado, relaciona-se com os conceitos apresentados no texto Culto ao Corpo: identidades e estilo de vida, de modo a estabelecer uma conexão entre as abordagens do tema do bloco e do texto com exemplos encontrados na mídia ou outros trabalhos. O texto de Ana Lúcia de Castro, explica os fatores sociais que influenciaram no século XX a criação de um padrão de beleza no qual deve-se perseguir o corpo magro, esbelto, para depois evidenciar a forma como tal padrão interfere na criação da identidade cultural do sujeito moderno.
 Abaixo, encontram-se textos que abordam o assunto, levando em consideração vários aspecto abordados no texto comentado anteriormente:





Estilo de Vida Saudável:
            A partir da leitura dos textos e análise do que foi comentado, é possível que se volte o olhar para o papel que a mídia tem exercido neste contexto. Desde artigos com informações que estimulam dietas para emagrecer até reportagens que mostram os hábitos saudáveis de estrelas de Hollywood, existe um esforço enorme para que haja uma procura por atividades que levem a estilo de vida saudável.